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Entidades pedem que governador flexibilize horário do comércio

Entidades ligadas ao comércio se reuniram de forma virtual com o governador João Doria e apresentaram propostas para minimizar os graves impactos da crise econômica, gerada pela pandemia do Covid-19, e pelas medidas restritivas impostas para conter a propagação do vírus.

Participaram do encontro: Alfredo Cotait Neto, presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), da qual a Associação Comercial Empresarial (ACE) de Jundiaí é filiada, e presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP); Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP); Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce); e Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

As entidades solicitaram que nenhuma categoria do comércio volte a fechar e que alternativas sejam encontradas caso haja uma regressão no Plano SP. “O que o comércio precisa neste momento é de planejamento e esta instabilidade, de hora fecha e hora abre, prejudica a todos”, ponderou Cotait.

Outro pedido foi sobre a possibilidade que a definição do horário de funcionamento do comércio, nesta fase de transição e nos demais períodos do Plano SP, possa compreender as realidades locais. Na avaliação das entidades, cada região tem uma dinâmica e, por isso, não é possível definir uma regra padrão. A proposta é para a criação de microrregiões dentro do plano de retomada.

“Seria de fundamental importância se pudéssemos ampliar o horário de funcionamento nestas semanas que antecedem o Dia das Mães, para que não haja aglomeração e para que os comerciantes possam ter um respiro depois de tanto tempo com as atividades interrompidas”, frisou o presidente da Facesp.

O presidente da ACE Jundiaí, Mark William Ormenese Monteiro, diz que este horário fixado para a abertura do comércio, das 11h às 19h, não atende às necessidades dos empresários que possuem comércios de rua porque após as 17h30 o fluxo de pessoas é reduzido. “Permanecer com os estabelecimentos abertos até as 19h é inviável para os empresários neste período do ano e a Associação Comercial de Jundiaí vem recebendo manifestações de insatisfação com a situação.”

A manutenção do delivery e do take-away, em qualquer circunstância, foi mais uma proposta defendida durante a reunião. Cotait reforçou que a rede de Associações Comerciais está à disposição para realizar, em parceria com o Estado, uma ampla campanha de conscientização sobre o uso de máscara e de álcool gel, higienização das mãos e vacinação.

Já o presidente da Fecomercio-SP voltou a solicitar a postergação do pagamento de impostos, principalmente das MPEs. “O alongamento do prazo para o pagamento dará uma chance para que os pequenos comércios se recuperem”, afirmou Abram Szajman.

Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, pediu que o governo avalie a realização de um programa de recuperação fiscal, um refis, principalmente para os débitos acumulados durante o período de pandemia.

Por sua vez, Glauco Humai, presidente da Abrasce, destacou a necessidade de manutenção do diálogo entre governo e entidades e sugeriu a ampliação na capacidade de atendimento, saindo dos atuais 25% para, no mínimo, 40%.

Dória

O governador informou que a tendência de momento, com a estabilidade dos casos e mortes da Covid-19, após o período de restrição mais rígida, é que o comércio não feche novamente. Contudo, ressaltou que a decisão caberá ao comitê de saúde.

Doria confirmou que o delivery e o take-away não serão mais proibidos, em nenhuma circunstância.

Sobre a campanha de conscientização, o governador se mostrou bastante satisfeito com a proposta e disse que ela terá início “o mais rápido possível”. “Vamos desenvolver uma campanha que demonstrará que todos nós estamos unidos em torno da retomada da economia e contra o Covid-19”, salientou.

Doria classificou o pedido de postergação de impostos como “razoável, justo e viável”. “Vamos debater esta proposta durante uma reunião com o secretário Henrique Meirelles (Fazenda) e sua equipe”, informou.

Também participaram da reunião o secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn; o presidente do Desenvolve SP, Nelson de Souza; o presidente do InvestSP, Wilson Mello; e o coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo.