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Facesp é contra cota mínima para utilização dos Correios

A Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) encaminharam um documento a Carlos Roberto Fortner, presidente dos Correios (EBCT), criticando a decisão da empresa de dobrar o valor do frete do e-commerce para pequenos empresários que não assinarem contrato garantindo aos Correios faturamento mensal mínimo de R$ 2 mil.

As entidades resolveram pressionar os Correios após reclamações de associados com relação ao novo posicionamento dos Correios. De acordo com a medida, ativa desde agosto nas agências dos Correios, as empresas que formarem novos contratos com a instituição deverão pagar a cota mínima mensal, independentemente de quanto utilizarem o serviço.

Ou seja, se uma loja enviar apenas um item para um consumidor, numa remessa de R$ 50, terá que pagar os mesmos R$ 2 mil no mês.  No documento enviado aos Correios, Alencar Burti, presidente da Facesp e da ACSP, destaca que a medida resulta em tratamento discriminatório contra as empresas de pequeno porte, comprometendo a concorrência com grandes negócios.

O faturamento mínimo também pode inviabilizar a operação dos pequenos e-commerces devido ao elevado custo do frete em relação ao valor dos bens a serem enviados.

De acordo com o dono de uma indústria de produtos de higiene e limpeza, associado à ACSP, que preferiu não se identificar, a medida é uma barreira de entrada para empreendedores que desejam iniciar uma operação de e-commerce. “Caso a empresa não queira aderir ao contrato, terá de enviar os produtos como remessas individuais, nas mesmas condições de pessoas físicas”, afirmou o associado.

Numa simulação feita pelo empresário ouvido pelo Diário do Comércio, o transporte de uma mercadoria de cinco quilos, da capital paulista com destino à Grande São Paulo, custaria R$ 16, de acordo com o contrato oferecido pelos Correios. Como remessa individual, o preço do mesmo pacote seria de R$ 26,40.  “Uma pequena loja online em início de operação, que não possui estimativas de faturamento e que já tem despesas com fornecedores, funcionários e estrutura física e digital, não suporta assumir um custo fixo mensal de R$ 2 mil”, diz o associado.

Ao analisar o caso, Burti destaca que é necessário estimular o surgimento e expansão das empresas para recuperação da economia e do emprego e que os pequenos empreendimentos são os que mais rapidamente podem contribuir para esses objetivos. “Uma parceria para o fortalecimento das microempresas, que permita a elas crescer, resultará em benefício para os Correios, na medida em que os pequenos negócios ganharem escala e se tornarem maiores clientes”, diz Burti no documento.

Resposta dos Correios

De acordo com nota enviada pela assessoria de imprensa, os Correios disponibilizam um conjunto de soluções que atendem às necessidades de preços e prazos das empresas de e-commerce, desde micro e pequenas empresas até grandes lojistas virtuais.

A nota afirma que a empresa, constantemente, realiza revisões das modalidades de contratação de soluções ao mercado e que foi disponibilizada uma nova modalidade de contratação.

Batizada de Correios Fácil, a solução é contratada em ambiente 100% digital, sem a necessidade de apresentação de documentos físicos, para garantir agilidade e comodidade, principalmente às micro e pequenas empresas.

De acordo com os Correios, o serviço possui valores mais baixos do que as tabelas de balcão, sem custo fixo mensal (cota mínima) e com prazo para pagamento.

No site dos Correios consta a informação de que o serviço também oferece utilização de plataformas, integradas entre o e-commerce e o site dos Correios, para precificação automática, emissão de código de rastreamento e geração de e-tickets para postagens.

A tecnologia também permite o serviço de logística reversa para o envio e devolução de remessas postais para troca, manutenção, reposição ou expedição de objetos entre filiais e/ou representantes comerciais.

 

Texto: Via Diário do Comércio

Foto: Divulgação Freepik