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Mulheres contam como venceram o desafio de empreender

Empatia, comunicação assertiva, liderança, resiliência e intraempreendedorismo são algumas habilidades exigidas cada vez mais das mulheres no atual mundo disruptivo dos negócios. As adversidades que cruzam o caminho das pessoas durante a jornada da vida, no entanto, desenvolvem características essenciais para o mercado do trabalho e mostram que são nas crises e nas dificuldades é que aprendemos.

A empresária Solange Prata, 52 anos, sabe bem o significado da frase “dar a volta por cima” e quando recorda de como teve que superar as dificuldades na sua empresa, sem renda para pagar os boletos e honrar empréstimos, tem a certeza de que a determinação em mudar o rumo de sua vida foi essencial para conquistar o sucesso que tem hoje, com duas lojas em shoppings de Jundiaí.

Artista plástica, Solange dava aulas de pintura em espaços particulares da cidade quando decidiu empreender em moda. Em 2007 montou sua primeira loja de moda casual e de acessórios e conciliou a jornada de empresária com a de professora.

Um ano e meio depois achou que era o momento de expandir os negócios e abriu, em sociedade, uma segunda loja. A terceira, em outra cidade, foi inaugurada quatro meses depois. “Não estávamos preparados para crescer. Começamos a usar a renda das unidades de Jundiaí para sustentar a de Sorocaba e com isso ‘quebramos’ as três lojas”, conta.

Solange Prata

Com o fim da sociedade, lhe restou uma loja vazia e sem mercadorias. Solange sabia que não podia desistir, pagava as parcelas dos empréstimos feitos por membros de sua família para lhe ajudar. “Eu ia para São Paulo buscar roupas. Andava oito, nove horas em busca de peças diferenciadas e com bom preço, que agradasse o meu consumidor”, lembra. “Desde o primeiro mês que decidi reabrir meu negócio, sabia o quanto eu precisava de lucro e por incrível que pareça, nunca fiquei sem vender o valor necessário. Eu sabia que iria superar este momento ruim.”

Três anos depois Solange montou sua segunda loja Maria Flor. Desta fase marcada por dificuldades financeiras, diz ter consciência de que retrocedeu quando teve pressa em crescer rápido demais. Ao mesmo tempo, aprendeu algumas lições: “ser empresária não é fácil, é preciso planejamento, pensar lá na frente. É preciso também ter pé no chão, não dá para fazer nada precipitado.”

 

Fabiane Oliveira

 

Persistência e determinação também marcam a história de vida de Fabiane Oliveira, 42 anos. Jundiaiense da Vila Aparecida, começou sua trajetória como menor aprendiz e hoje é uma empresária bem-sucedida, que através da empresa que criou, Proseftur, presta assessoria para mais de 50% dos importadores do Ceagesp/São Paulo (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais) e o grupo tem mais de 250 clientes.

Sua trajetória começou aos 14 anos, como menor aprendiz do Banco do Brasil. Foi ali, no setor de câmbio, que teve oportunidade de conhecer a área de Comércio Exterior.  “Comecei a estudar os termos, levava os livros de Comércio Exterior para estudar e passei a dialogar com os clientes na linguagem do mercado que atendia”, conta.

Foram quatro anos no banco, atuando neste segmento e ajudando empresários nos processos de importação e exportação. Em 1997 iniciou no grupo Benassi, outro emprego que lhe proporcionou grande aprendizado e a fez decidir ser especialista em Comércio Exterior e graduou-se em Administração de Empresas.

Durante seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), criou a empresa Proseftur cujo acrônimo é inspirado no slogan “PROgramando SEu FuTURo”. Em 2002, aos 25 anos de idade, com três colaboradores e já  inserida no mercado internacional, Fabiane formalizou sua empresa para auxiliar, de início, o setor de Hortifrutigranjeiros que passava por problemas de processos e infrações cambiais.

Foi nesta época que o marido de Fabiane, Thiago Oliveira, hoje escritor e empresário, também iniciava no empreendedorismo fundando a empresa IS Logística (atual IS Entrega) com R$ 17 mil emprestados de um amigo.

Em 2016 a IS Logística foi vendida em uma operação milionária, colocando Thiago destaque como uma das referências nacionais em gestão ágil para empresas valiosas. Mas chegar a este sucesso não foi tão fácil. A empresa passou por uma grande crise e Fabiane, que já tocava a Proseftur, assumiu a área financeira da IS Logística. “Eu pegava dinheiro emprestado com os meus clientes para fazer o pagamento dos salários dos nossos funcionários, sempre com a premissa de que iria honrar todos os nossos compromissos com muita honestidade.”

A empresária conta que sua fé inabalável e a determinação foram habilidades essenciais para o casal superar este momento difícil. “Desde muito cedo aprendi a enxergar os pontos positivos da vida, até mesmo nos momentos de crises. Foi isso que norteou as minhas decisões e me manteve firme no propósito de vencer.”

 

Leandra Maia Diniz

Leandra Maia Diniz, vice-presidente da Associação Comercial Empresarial (ACE) de Jundiaí reforça que foco e determinação são primordiais em qualquer recomeço. “As mulheres têm o poder da resiliência, está na veia feminina e temos de usar isso a nosso favor.”

Foi essa determinação que fez Leandra mudar sua área de atuação e recomeçar. Formada em Psicologia há 24 anos, atuou na área hospitalar por 12 anos e especializou -se em paciente terminal.

A carreira na docência foi iniciada em 1988, com aulas em cursos técnicos na área da saúde. Mas pouco tempo depois, com a carreira já consolidada, repensou sua vida profissional e priorizou os cuidados com a filha Natália, na época com um 1 ano e três meses. “Pedi demissão dos dois hospitais que eu trabalhava e comecei a dar aulas à noite. Também assumi algumas turmas de ensino regular.”

Meados de 2001 ela foi convidada para ser auxiliar de coordenação e Leandra foi contagiada de vez pela área de educação. Em 2008 ela formou-se em Pedagogia e hoje atua como gestora em sua instituição de ensino, Colégio Campos Elíseos, à frente de 350 alunos e uma equipe de 28 colaboradores. “Nós mulheres somos seres intuitivos, temos de ouvir aquela voz interna que nos alerta, isso é um fator genuíno da alma feminina”, diz. “Temos de creditar que é possível realizar e concretizar um sonho.”